'Só traria perdas': romper com Israel descredenciaria o Brasil como país mediador, avaliam analistas

'Só traria perdas': romper com Israel descredenciaria o Brasil como país mediador, avaliam analistas


Em entrevistas recentes, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, frisou a necessidade de uma tomada de ação contra Israel, mas descartou o rompimento.Em entrevista à Sputnik Brasil, especialistas afirmam que a diplomacia é o principal motivo que leva o Brasil a não romper com Israel.Bruno Hendler, professor de relações internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que não é da tradição da política externa brasileira romper relações.Segundo o especialista, a arena internacional é onde Lula e o Partido dos Trabalhadores consegue exercer uma política que não é restringida por negociações com o com o Congresso e forças da oposição. Segundo ele, essa visão é refletida na política externa ativa e altiva implementada por Amorim nos dois primeiros mandatos de Lula, que retorna agora, "mas ela retorna com um mundo totalmente diferente dos anos 2000, um mundo muito mais tenso, com guerras acontecendo em uma escala muito maior".Dessa forma, Lula, enquanto um líder de esquerda de um país em desenvolvimento vai levar a cabo uma política externa muito mais simpática e solidária aos palestinos uma vez que o Estado israelense "cronicamente e sistematicamente viola o direito internacional", diz o Hendler, baseado em entendimentos de juristas como Francisco Rezek, que atuou como representante brasileiro na Corte de Haia entre 1997 e 2006. Lula foi um dos primeiros líderes "a chamar de genocídio o massacre de palestinos em Gaza empreendido pelos militares israelenses, sob comando de Benjamin Netanyahu" e que o Brasil "condenou o ataque terrorista do 7 de outubro realizado pelo Hamas".Cardoso aponta ainda que também é conhecida a posição brasileira a favor da solução de dois Estados, com o reconhecimento internacional do estado da Palestina, e que em relação ao Irã a posição do Brasil diante da iniciativa do governo israelense de bombardear o país persa sob o argumento de impedi-lo de continuar desenvolvendo seu programa nuclear foi de condenação.

Author: Melissa Rocha


Published at: 2025-06-17 17:15:08

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