Uma vez que a mídia hegemônica dá voz não só a Trump mas a qualquer um do lado ucraniano porém a ninguém do lado russo, ao longo de todo o Ocidente (e assim também no Brasil) praticamente inexiste esse entendimento da extrema gravidade da situação – um estado de guerra entre Estados Unidos e Rússia é a antessala de uma guerra nuclear devastadora de todo o planeta (há, claro, as exceções de praxe, como Jeffrey Sachs). Na elaboração desse raciocínio Putin mencionou o dispositivo presente na doutrina americana (mas não na doutrina russa) do first strike, um ataque nuclear de surpresa destinado a decapitar a liderança russa e a destruir seus meios para uma retaliação, utilizando mísseis de cruzeiro (Tomahawks) disparados de submarinos próximos à costa russa, armamentos estes que à época em que a teoria do first strike foi concebida os americanos possuíam porém os russos não (mísseis de cruzeiro quando sobre o mar voam rente à agua, e assim não são detectáveis – veja por exemplo este vídeo filmado por pescadores daguestaneses no Mar Cáspio, mostrando mísseis Kalibr a caminho da Ucrânia). o míssil de cruzeiro Burevestnik, movido a energia nuclear, supera as limitações de alcance inerentes aos mísseis de cruzeiro por possuir autonomia potencialmente infinita, e assim poderia ser lançado de qualquer ponto da Rússia e atingir os Estados Unidos vindo pelo oceano Pacífico, de forma indetectável por voar rente às ondas; o míssil de cruzeiro hipersônico Zircon pode ser disparado de submarinos próximos à costa americana, também é rasante e assim indetectável, e estima-se que tenha um alcance de até dois mil quilômetros; e o míssil balístico hipersônico Oreshnik, ainda que detectável por satélites, se disparado do extremo leste da Rússia teria um tempo de voo extremamente curto até os silos que abrigam os mísseis intercontinentais Minuteman americanos).
Author: Redação
Published at: 2025-06-09 21:29:52
Still want to read the full version? Full article