Não exatamente pela história, que poderia soar familiar: uma menina cega em Paris ocupada pelos nazistas, um menino alemão brilhante alistado à força pela Juventude Hitlerista, mas por algo mais sutil — uma forma de olhar para o horror sem deixar que ele obscureça completamente a ternura. Ele aproxima a lente para revelar justamente o que costuma escapar: um gesto entre irmãos, o tilintar de uma concha guardada no bolso, a textura de uma maquete feita às cegas. É como se o autor insistisse que, mesmo cercados pela morte, os sentidos ainda merecem atenção, e que o horror não tem o direito de calar a beleza.
Author: Carlos Willian Leite
Published at: 2025-07-14 20:51:56
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