Portugal – modernidade, esquerda, direita

Portugal – modernidade, esquerda, direita


É certo, também, que a queda em 1910 do ramo liberal dos Bragança, triunfante em 1834, e a sua extinção sem descendência legítima depois da morte de D. Manuel II e do pacto de Paris, trouxe para a primeira linha o ramo tradicionalista, esse ramo que a narrativa martiniana imortalizara na fórmula do “populismo” de D. Miguel, “o rei que o povo adorava”. Na época havia várias direitas que se acharam vitoriosas na grande derrota da esquerda de 1926-1927: os integralistas, que queriam a restauração de uma monarquia com tintas medievalistas e regionalistas; os fascistizantes, que olhavam para a Itália da revolução mussoliniana como modelo; os católicos, que queriam de volta a aliança do Estado com a Igreja. São gentalha comprovadamente ignorante e ressentida capaz de transitar do “social-fascismo” para o “fascismo”; deploráveis que não sabem agradecer as condições de vida que lhes trouxe Abril nem apreciar a classe política que os governa; xenófobos incapazes de acolher com generosidade e sofisticação cultural as vagas de imigração vindas expressamente do Bangladesh, ou de onde seja, pela mão de mafias, para que o país funcione; proto-fascistas que desprezam a informação de referência e se deixam manipular pelas “redes sociais”, esses canais de fake-news dominados pela América de Trump, pela Rússia de Putin, pela França de Le Pen, pela Hungria de Orbán, pela Itália de Meloni.

Author: Jaime Nogueira Pinto


Published at: 2025-05-30 23:18:43

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