O que torna os filmes de Trier tão ricos, tão estimulantes, tão vitais, é a maneira como ele e seu roteirista de longa data Eskil Vogt situam essas histórias em algum lugar entre uma saga e uma anedota, repletas de texturas, detalhes e desvios realistas. Não recebemos apenas um tour por esta casa antiga — nós a conhecemos, ouvindo seus pensamentos por meio de uma redação escolar que Nora escreveu certa vez (“o que a casa não gostava mais do que barulho era silêncio”), e assistindo sua história se desenrolar em vinhetas que abrangem a Segunda Guerra Mundial até o final dos anos 1980. Há vislumbres de uma farsa nos bastidores, com Nora tentando usar uma transa rápida com seu amante casado, o diretor de palco (veterano de Trier, Anders Danielsen Lie), para acalmar um ataque de pânico na noite de estreia, e então ameaçando fugir.
Author: Rolling Stone Brasil
Published at: 2025-11-09 20:09:49
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