De acordo com pesquisas da historiadora Prado, além da chamada "guerra justa", havia um outro argumento que costumava ser aceito para legitimar perante a lei a escravidão indígena: alegar que aquele indivíduo havia sido resgatado como prisioneiro de alguma tribo e que seria vítima de ritual antropofágico. Mas como havia um comércio estruturado de fornecimento de mão de obra escravizada negra, com o chamado tráfico negreiro, o emprego mais intenso da mão de obra indígena, segundo os pesquisadores, foram nas regiões periféricas da economia colonial, onde os colonos muitas vezes não tinham dinheiro para bancar o investimento no escravizado africano. "A questão central parece ser a seguinte: os africanos, diferentemente dos povos originários do Brasil, provinham de sociedades com diferenciação de classe social, com atividades comerciais e uso de moedas ou seus equivalentes, com conhecimentos de pecuária, com técnicas de metalurgia e com vários outros conhecimentos que os aproximavam mais das necessidades das plantations", explica à BBC News Brasil o historiador Renato Pinto Venancio, professor na Universidade Federal de Minas Gerais e autor do livro Cativos do Reino: A Circulação de Escravos entre Portugal e Brasil.
Author: https://www.facebook.com/bbcnews
Published at: 2025-03-31 19:19:23
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