Philip Roth previu o cancelamento: o romance, escrito há 20 anos, que ainda explica os linchamentos digitais

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O escândalo Clinton-Lewinsky (sim, foi um escândalo) tirou o sono de republicanos e, claro, democratas, mas é uma diabrura de criança se comparado com o que viria depois, o pouco-caso com questões a exemplo de segurança interna, imigração e economia, que juntaram-se numa cumbuca apertada e acabaram por degringolar no Onze de Setembro. O encontro de Zuckerman, escritor como Roth, e Ernestine, a irmã de Silk, conduz à grande revelação da trama, a maquiagem racial do protagonista, um mestiço que levou a vida passando-se por judeu, contando com o desinteresse e a ignorância das pessoas acerca dos súditos do Reino de Judá. Fazendo justiça a sua aura de verdadeira obra-prima, “A Marca Humana” conversa com clássicos da estatura de “O Duplo” (1846), de Fiódor Dostoiévski (1821-1881) e “A Metamorfose” (1915), de Franz Kafka (1883-1924), o que sempre há de infundir no leitor aquele velho desconforto quanto a Roth ter passado batido pelo Nobel.

Author: Giancarlo Galdino


Published at: 2025-05-13 18:27:43

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