 
                    Falo, claro, das milícias que hoje funcionam em perfeita simbiose com certas forças estatais fluminenses, e que são resultado direto de um processo de banalização da violência policial, que passa pelo governo Anthony Garotinho (quando matar passou a render adicional de produtividade para policiais), extende-se até o governo Sérgio Cabral (com o fracasso das Unidades de Polícia Pacificadora), mas que tem raízes tanto em décadas de ditadura militar, quanto em séculos de violência colonial e escravocrata. Ainda no campo da distorção da finalidade da “operação” de Castro, há quem veja nela uma tentativa de levar o campo progressista a cair na armadilha de subestimar o horror do narcotráfico faccionado, municiando a extrema-direita para distorcer e instrumentalizar o discurso da segurança pública — e, ao mesmo tempo, dando ao governo Trump um pretexto para jogar o Brasil na sua farsesca cruzada contra as drogas vindas da América Latina, mera desculpa para legitimação do imperialismo de sempre. Tenha o fim que tenha, é inegável que o massacre de Cláudio Castro (que, com mais de 100 mortes, superou em número de mortos o do Carandiru) foi um retumbante fracasso sob a ótica da segurança pública — a não ser na lógica perversa, pervertida e irresponsável do governador, que classificou a operação como um “sucesso”.
Author: Lucia Editora
Published at: 2025-10-30 23:51:15
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