A ideia é que nossos ancestrais precisavam ser tão bons de lábia quanto de porrada para chegarem vivos ao dia seguinte – o que gerou uma pressão seletiva favorável a sonhos capazes de simular um leque de situações mais amplo do que apenas ameaças. Por exemplo: espera-se que situações agressivas ou perigosas apareçam em uma parcela razoável dos nossos sonhos, e que pessoas vivendo em zonas de conflito tenham sonhos mais frequentes e violentos (vide, por exemplo, este estudo, que analisou os sonhos de crianças curdas em uma zona de conflito e os comparou com os de crianças finlandesas). As ideias resumidas acima são só a ponta de um grande iceberg de pesquisas e especulações sobre a função dos sonhos, muito exploradas com profundidade inédita durante a pandemia (eventos traumáticos de grande porte são capazes de mexer com os sonhos de uma população inteira simultaneamente, o que facilita as pesquisas).
Author: Bruno Carbinatto
Published at: 2025-09-28 15:00:17
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