Para o infinito e mais além, com os Led Zeppelin

Para o infinito e mais além, com os Led Zeppelin


Em 2025 como em 1969, o melhor é pôr-se a caminho do cinema e julgar por si próprio – porque Becoming Led Zeppelin, ou Led Zeppelin – O Nascimento da Lenda, não fica aquém daquilo que um zeppeliano médio esperaria sobre as raízes do supergrupo, nem promete além do que o título encerra. Na primeira pessoa, em registo memorialista, Jimmy Page, Robert Plant, John Paul Jones e a voz com conteúdo inédito de John Bonham, o baterista que morreu em 1980, são os cicerones ao longo de duas horas que regressam aos primórdios musicais de cada Zep, às origens familiares, à despedida da escola, ao contexto político de um reino em cacos do pós guerra e à memória fresca das senhas de racionamento, às sessões em estúdio a secundar lendas como Shirley Bassey, à escala nos Yardbirds (pouco explorada, a começar pela quase ausência de Jeff Beck), ao rebatismo da banda servido por Keith Moon (by the way, os contemporâneos The Who têm zero minutos de tempo de antena), à versão fundadora de Johnny Burnette e “Train Kept A-Rollin’; à gravação do primeiro álbum, à estreia ao vivo, com o público dinamarquês pregado às cadeiras de corpo insensível ao rugido eletrificante, à promessa e conquista do sonho americano, que se tornou real muito antes da explosão doméstica. Se for um indefectível de nível superior ao ponto de saber quanto é que Page, fã de Alasdair Crowley, pagou pela casa que pertenceu ao ocultista, talvez já tenha desistido da prosa.

Author: Maria Ramos Silva


Published at: 2025-05-13 17:15:50

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