Bradavam que a comunidade não sabia o que era um judeu; que a neta do Dreyfus português não era judia; que o único nacional casado por um Chefe Rabino do Estado de Israel não professava a fé judaica; que emolumentos de valor simbólico pagavam museus e filmes de história – que crime! Há também três falecidos, de abençoada memória: Yossi Sharabi (53), de família marroquina de sobrenome Turgeman, que conta com registos no cemitério judaico de Lisboa, uma vez que membros desta família regressaram a Portugal depois da abolição da Inquisição; Ran Gvili (26), de família sefardita egípcia, bisneto de Eduardo Nada, que sempre desejou que os seus descendentes partissem para Israel e jamais abandonassem o país, por ser aquele o único lugar seguro para os judeus; e Dror Or Ermoza (48), de família sefardita otomana, que falava ladino e que hoje inspira a famosa série da Netflix “Beauty Queen of Jerusalem”. Já houve tentativas de envenenamento de judeus israelitas, listas de empresários judeus expostas nos jornais, uma sinagoga grafitada com inscrições de Apartheid, sabotagem do automóvel de um jovem líder judeu que se dirigiu oficialmente ao parlamento, e até assaltos nocturnos encetados por profissionais à ex-presidente do SIRESP e a uma advogada da comunidade, eventos estes que foram inutilmente comunicados à provedora de justiça, antes de se tornar ministra e depois de ter assento no tribunal constitucional.
Author: Gabriel Senderowicz
Published at: 2025-10-10 23:14:39
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