No entanto, mantém-se como o principal símbolo nacional e, por isso, festeja-se o dia de Portugal na data em que se supõe que ocorreu o falecimento do poeta, cujos restos mortais, segundo se julga, se conservam no Mosteiro dos Jerónimos, que é também – a par do Mosteiro da Santa Cruz, de Coimbra, do Mosteiro da Batalha e da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa – um dos mais importantes panteões reais de Portugal. Da mesma forma como um anjo pode guardar uma igreja, pode também ser o celestial guardião de uma comunidade nacional e, daí, a devoção ao chamado Anjo da Guarda de Portugal, antes denominado Anjo Custódio do Reino, com várias representações na iconografia religiosa nacional, nomeadamente no Museu Machado de Castro, a imagem atribuída a Diogo Pires, o Moço, e no Mosteiro da Santa Cruz, ambas em Coimbra; a da charola do Convento de Cristo, em Tomar; e a da Igreja da Misericórdia, em Évora. D. Manuel I era devoto dos anjos da guarda, pelo que no seu Livro de Horas consta uma iluminura do Anjo Custódio do Reino e, conjuntamente com os prelados portugueses, pediu e obteve do Papa Júlio II, em 1504, a institucionalização da festa litúrgica do Anjo de Portugal, que o monarca lusitano fez que se celebrasse em todo o país com a maior solenidade.
Author: P. Gonçalo Portocarrero de Almada
Published at: 2025-06-27 23:17:32
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