Há épocas em que as sociedades se dedicam a melhorar-se; e há épocas, como a nossa, em que uma grande parte das pessoas se entrega com frenética raiva à tarefa inversa: desconstruir, denegrir, criticar, e sabotar os elementos que asseguram a coesão do grupo a que pertencem. Ser contra o grupo a que se pertence não é sinal de lucidez; é a acção de um órgão que decide sabotar o corpo que o mantém vivo. Este indivíduo mantém-se formalmente no grupo, mas rejeita a identidade histórica e cultural que o sustenta, e as razões que o fazem agir, substituindo a pertença por um universalismo abstracto que apenas exclui o próprio grupo.
Author: José António Rodrigues do Carmo
Published at: 2025-12-20 00:19:28
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