Apresentada como um ato de coesão estratégica perante um mundo mais perigoso, a realidade é mais crua: esta é a anatomia de uma capitulação política, o culminar de anos de pressão e a formalização de um medo que assombra as capitais europeias – o medo do abandono americano. A sua afirmação, durante o tempo de campanha para as presidenciais, em fevereiro de 2024, de que “encorajaria” a Rússia a “fazer o que raio quisesse” com os membros “delinquentes”, porque não contribuíram com a sua quota parte para a NATO foi um ponto de viragem, mas desvalorizada por muitos. Apesar de o Primeiro-ministro, Luís Montenegro, em entrevista à RTP após a cimeira da NATO, enquadrar o reforço do investimento como uma ferramenta de “dissuasão” para construir a “indústria da paz” e corrigir falhas passadas no cumprimento da meta de 2%, a realidade das Forças Armadas, que enfrentam problemas crónicos de equipamento e retenção de pessoal, coloca um desafio monumental.
Author: Ismael Alves
Published at: 2025-07-12 23:05:34
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