Esses recados levaram o politólogo José Filipe Pinto a lembrar que a «nomeação é da responsabilidade do Governo, mas tem de ter em conta dois elementos: o que decorre da credibilidade profissional e o que decorre do elemento político», referindo que «em relação ao primeiro, Mário Centeno tem um perfil que se revelou perfeitamente adequado para a função, o problema está no elemento político», sublinha. No entanto, não deixa de ser curioso que cerca de dois anos tinha chamado a atenção para os perigos em torno dos aumentos salariais, referindo que, no imediato, os aumentos salariais e das margens de lucro podem parecer vantagens mas que a médio prazo era «mau para todos», para trabalhadores e para acionistas, porque provocam inflação e implicam que os bancos centrais tomem medidas para as combater, através da subida das taxas de juro. Horas depois, num comunicado publicado no site da Presidência, Marcelo desmentiu o governador do Banco de Portugal que se viu a prestar esclarecimentos quase de forma imediata: «Na sequência dos eventos desencadeados com a demissão do senhor primeiro-ministro, no dia 7 de novembro, este convidou-me a refletir sobre as condições que poderiam permitir que assumisse o cargo de primeiro-ministro», acrescentando que «o convite para essa reflexão resultou das conversas» entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, mas que «não foi possível dirimir neste curto espaço de tempo todas as condições de exercício do que me era solicitado.
Author: Sónia Peres Pinto
Published at: 2025-07-05 17:00:00
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