O que é que lhes vai na cabeça?

O que é que lhes vai na cabeça?


Também por isso, a Presidência da República abandonou a bicefalia da Constituição de 1933, em que o Presidente, na visão salazarista de representante das Forças Armada num Estado sem partidos legais organizados, tinha um poder discricionário na nomeação do chefe do Governo, e passou-se a um compromisso em que, embora os poderes essenciais executivos do Estado caibam ao Governo designado pelo Parlamento, o Presidente guarda as funções de alta representação do Estado e o comando das Forças Armadas. O teste para detectar estas “generalidades”, a palha populista – de direita, de centro ou de esquerda, de boa, média ou má qualidade –, uma “palha” que varia com o tempo e a circunstância, mas que permanece banal e irrelevante; para identificar aquilo que, num documento, num programa ou num discurso está a mais, é ver se o contrário das proposições feitas é viável ou se alguém com pretensões políticas se atreveria a propô-lo. Sem entrar por grandes filosofias de fundamentação do pensamento político, como o optimismo ou pessimismo antropológico, seria bom que os candidatos se pronunciassem sobre o que lhes vai na cabeça sobre os assuntos fundamentais: a vida e a morte, a família, a comunidade, a nação, as fronteiras, a política europeia e mundial, a justiça, o compromisso entre liberdade económica e justiça social.

Author: Jaime Nogueira Pinto


Published at: 2025-06-06 23:18:47

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