Quando Butler, o baixista, viu as orelhas de abano aterrorizantes do protagonista Boris Karloff, perguntou aos colegas: “não é estranho que as pessoas paguem para se assustar no cinema?” E foi assim que ele e Ozzy compuseram a faixa “Black Sabbath”, homônima do álbum inaugural: fãs de cinema brincando de adicionar um tempero sinistro à bigorna de blues com sabor de graxa que eles já praticavam. “No lado industrial do país do Cream, há trabalhadores sem qualificação como os do Black Sabbath, que foi alardeado como uma celebração ritualística de rock da missa satânica ou algo do tipo (…) O álbum inteiro é uma porcaria — apesar dos títulos obscuros das músicas e de algumas letras insanas que soam como Vanilla Fudge prestando homenagem a Aleister Crowley, o álbum não tem nada a ver com espiritualismo, ocultismo ou qualquer outra coisa além de citações rígidas de clichês do Cream.” Uns vinte anos depois do fatídico DVD, o Ozzy que ficou para o Bruno adulto — o Ozzy de que eu sempre vou me lembrar com lágrimas nos olhos — é o de um vídeo em que ele conta a um grupo de crianças sobre o dia que ouviu os Beatles pela primeira vez, e decidiu que queria ser músico.
Author: Bruno Vaiano
Published at: 2025-07-23 22:00:12
Still want to read the full version? Full article