O melhor documentário de 2025, até agora

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Rigorosa, a direção de Ella Wright prima por apresentar o ponto de vista de quem tomou parte na resposta da Grã-Bretanha aos incessantes bombardeios a Londres pela Luftwaffe, a força aérea da Alemanha nazista, entre 7 de setembro de 1940 e maio de 1941, massacre que resultou na morte de 43 mil moradores da capital inglesa e deixou feridos outros cinquenta mil. Declarar-se guerra contra quem quer que seja nunca é uma decisão fácil, mas é, muitas vezes, a única decisão a se tomar, a fim de se evitar a desonra, que, conforme ensina Winston Churchill (1874-1965), primeiro-ministro do Reino Unido quando da Segunda Guerra, encarniça-se de um povo que não encampa as causas pelas quais se deve combater. Heap, uma técnica de controle aéreo da RAF, a força aérea britânica, converte-se numa narradora capaz de provocar emoções sinceras e inesperadas e guiar a atenção do espectador para os depoimentos dos moradores de East End, um dos bairros mais atingidos, bem como sublinhar a vacilação de Churchill diante da necessidade de abrir o metrô à classe operária, para que fugissem dos petardos, talvez seu maior equívoco, reparado, ainda que tardiamente e à custa de expedientes nebulosos — a série documental “Churchill em Guerra” (2024), de Malcolm Venville, esmiúça este e outros tantos momentos do duque de Marlborough, ou, como preferia em tempos de crise, Coronel Warden, seu codinome de guerra.

Author: Giancarlo Galdino


Published at: 2025-05-06 15:05:05

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