Netanyahu, que governa numa coligação com supremacistas que em nada ficam atrás do antigo Ku Klux Klan americano, invadiu o Líbano e a Síria, bombardeou o Irão e o Iémen, arrasou Gaza — exterminando parte da sua população e esfaimando a outra —, relançou a colonização na Cisjordânia e consolidou um regime de apartheid em Israel. Tudo isto, aliás, à vista e com o conhecimento de todos, uma vez que, como recordou a propósito de Gaza em 11 de janeiro de 2024, perante o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e em nome da África do Sul, a advogada Blinne Ni Ghrálaigh, «trata-se do primeiro genocídio da história em que as vítimas transmitem em direto a sua própria destruição, na esperança desesperada e, até agora, vã, de que o mundo faça alguma coisa». O lóbi pró-Israel em França forma uma galáxia igualmente díspar: organizações bem estabelecidas como o Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF), alinhado com o Likud; grupos parlamentares de amizade, a Associação França-Israel; media comunitários (Rádio J); personalidades sinceramente empenhadas na defesa, a qualquer preço, de um Estado que consideram um refúgio para os judeus; e, finalmente, uma rede mais informal de media e de notáveis que lutam contra o islão e que veem em Israel o farol da sua luta.
Author: Serge Halimi & Pierre Rimbert
Published at: 2025-08-04 19:26:01
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