Porque é uma fonte histórica coetânea que reúne os três elementos naturais que interagiram com o quarto elemento – a terra, que tremeu, tremeu e tremeu – e do caos caótico dos elementos que conflagraram no terrível Terramoto de Lisboa, no século XVIII, ano da graça de 1755, no dia 1 de Novembro, coincidente com o feriado religioso do Dia de Todos os Santos – «ironia das ironias» – um sábado, sismo cataclísmico – de grau-ponto 8,7 a 9,5 na escala logarítmica de Richter – sistema usado da vírgula decimal, que significa dos tremores de terra registados mais devastadores e intensos da História, de destruição catastrófica massiva total ou quase total – (como nota, deixar o registo de que o grau 10 nunca se verificou, sendo que teoricamente a escala richteriana pode ser matematicamente infinita; o maior impacto jamais assinalado, notório, verificou-se no Chile, a 22 de Maio de 1960, em Valdivia, com um sismo de magnitude confirmada de 9,5 na escala de Richter, sentido em várias partes do mundo e seguido de um maremoto-tsunami que se propagou-afectou (n)o oceano Pacífico, causando danos e vítimas no Havai, Japão e Filipinas) – que devastou a cidade e capital do reino de Portugal, seguido de um maremoto (sismo no fundo do oceano Atlântico que causou o deslocamento de uma grande massa de água), seguido de um tsunami (o efeito colateral do maremoto, uma série de ondas gigantescas libertadoras de grande quantidade de energia que se propaga pelo oceano e que ao chegar à costa provoca grande, grandíssima destruição), e de um-vários incêndios que deflagraram por toda a cidade e que lavraram-arderam por quase uma semana: 5 a 6 dias seguidos segundo os registos coevos. Sebastião José de Carvalho e Melo (um estrangeirado, foi um diplomata e embaixador de Portugal nas cortes de Inglaterra e Áustria; como ministro do rei D. José I, implementou todo um conjunto de reformas no âmbito do despotismo esclarecido, que incorporou o ideal intelectual e filosófico do século XVIII do Iluminismo e das ideias iluministas que valorizava a razão para amodernar o reino-estado, para o progresso, para o conhecimento, para a organização da sociedade e do impacto do racionalismo crítico – do despotismo esclarecido dos déspotas-autocratas: razão, progresso, ciência e reformas para modernizar o Estado – sem abrir mão do poder absoluto da Coroa e da centralização administrativa), mais tarde conhecido como Marquês de Pombal, que assumiu um papel de enorme importância-relevo na reedificação de Lisboa destruída – Pombal destaca-se pela relevância histórica e arquitectónica do «estilo pombalino» na reconstrução de Lisboa, comprovada pela criação da Baixa Pombalina, de execução idealizada-concretizada a régua e esquadro, um plano urbanístico inovador que transformou a zona mais afectada pelo Grande Terramoto de 1755, ao introduzir um novo modelo-paradigma de cidade com ruas rectas, largas e lineares-rectilíneas dispostas em paralelo, de geometria-arquitectura funcional – ruas em grade – organizadas segundo um plano ortogonal, com quarteirões perpendiculares (com ângulos rectos a 90º), plano que incluiu a criação de praças largas, como a Praça do Comércio e o Rossio, e o uso da «gaiola pombalina», uma estrutura-sistema de construção anti-sísmica tridimensional (em comprimento, largura e altura) de madeira incorporada nas paredes de alvenaria para absorção e dissipação preventiva da energia libertada por futuros terramotos, para reforçar os edifícios contra abalos sísmicos, infra-estrutura de esgotos, corta-fogos entre edifícios e requalificação de espaços públicos – e que realizou reformas-melhoramentos sociais abrangentes na administração, na economia e educacionais na sociedade portuguesa da época. Dos dados do Grande Terramoto de Lisboa de 1755: Epicentro, no mar, oceano Atlântico, região do Banco de Gorringue, um monte submarino entre o Algarve e a Madeira, com a distância ao epicentro a ficar a cerca de 200 a 300 km do território continental português, a sul-sudoeste do Cabo de São Vicente, e a aproximadamente 290 km de Lisboa; a causa, uma falha geológica, zona da Ferradura (provável), com fissura entre as placas tectónicas africana e euro-asiática (com alegados 100 km de comprimento e 50 km de largura, no fundo do Atlântico); magnitude de 8,7 a 9,5 da escala de Richter, de intensidade máxima, destruidor, catastrófico; data, 1 de Novembro de 1755, um sábado, há precisamente 270 anos atrás, dia de feriado religioso do Dia de Todos os Santos; hora mais provável de ocorrência do Grande Terramoto, 9h40, com duração de vários minutos, com a terra a tremer em três momentos-ondas distintas (triplo abalo sísmico, com o segundo abalo a ser considerado muito e o mais violento de todos, que rapidamente desmoronou a maioria das casas e edifícios, sendo o primeiro abalo menos intenso mas determinante na fragilização da infra-estrutura da cidade, e o terceiro um abalo menor que ocorreu após um período de tremores, tendo sido descrito como o que «levou a cidade à loucura»); descrito por testemunhas por «um som inicial de trovão» vindo das profundezas da terra, seguido por extremas e violentas, violentíssimas vibrações; após o abalo inicial seguiu-se um devastador maremoto e tsunami com ondas da altura de dezenas de metros (segundo testemunhos, entre 20 a 30 metros); seguido de um mega-incêndio constituído por múltiplos incêndios em simultâneo por toda a cidade que durou vários dias e cujas ruas, vielas estreitas (quelhos) e becos da «velha Lisboa» ajudavam a propagar o «incendiário fogo» que, de acordo com as testificações, durou-ardeu aproximadamente uma semana e que consumiu o que restava da cidade, transformando Lisboa numa infernação incandescente e caos traumático; a duração total do «evento terramótico», do Grande Terramoto de Lisboa é estimada entre 8 e 15 minutos, com o sismo principal, o segundo, a durar cerca de 2 minutos; consequências, sismo considerado-visto como invulgar, e que produziu danos extremos a centenas de quilómetros de distância do epicentro, sendo que a Grande Lisboa actualmente é e continua sendo uma zona de alerta-risco de repetição de abalo sismológico-terramoto reeditado:
Author: Carlos Almeida
Published at: 2025-11-01 00:09:59
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