O grande imaginador: Nos 120 anos da morte de Júlio Verne

O grande imaginador: Nos 120 anos da morte de Júlio Verne


E foi assim que fui descobrindo os grandes escritores da Science Fiction: a poesia das Crónicas Marcianas, de Ray Bradbury, que em Fahrenheit 451 identificou uma distopia de destruição de livros cara aos totalitários de todas as tribos; os robots e a robótica e os ciclos históricos da Fundação e do Império, de Isaac Asimov; Arthur C. Clarke e a sua Odisseia no Espaço; o extraordinário mundo feudal de Frank Herbert, o criador de Dune, que David Lynch adaptaria ao cinema; e outros, como A. Cyrus é o típico herói de Verne – um homem de coragem, de cultura e de ciência, um chefe natural, que não só vai assegurar a sobrevivência do grupo como a “colonização acelerada” da ilha, valendo-se da convergência de talentos e conhecimentos dos expedicionistas. Quando comparamos o fantástico de Júlio Verne, com as suas máquinas e invenções que procuram sempre respeitar os dados científicos e técnicos do tempo, e a vindoura literatura de futuríveis do século XX – as distopias clássicas de Huxley, Orwell ou Bradbury, com os horrores das sociedades perfeitas de Brave New World, ou a tirania institucional de 1984 ou de Fahrenheit 451 – a diferença e a ruptura são chocantes.

Author: Jaime Nogueira Pinto


Published at: 2025-03-29 00:18:45

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