Mas vez ou outra surge um relato que insiste em lembrar ao mundo que o horror não se sustenta apenas em armas, discursos inflamados ou símbolos costurados em braçadeiras, o horror se alimenta do silêncio, da obediência e daquela noção cruel de “normalidade” que as ideologias mais sombrias adoram vestir. Nesse terreno minado entre o absurdo e o cotidiano está “O Menino do Pijama Listrado”, um filme que se arrisca a contar o Holocausto não pelos trilhos dos poderosos, mas pelo olhar de uma criança que ainda não sabe temer: Bruno. A história de Bruno e Shmuel não é um conto sobre amizade “superando tudo”, mas uma acusação direta à covardia de quem não questiona, de quem apenas cumpre ordens, de quem troca empatia por patriotismo como quem troca uma camisa.
Author: Helena Oliveira
Published at: 2025-11-03 13:34:45
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