“A Última Sessão de Freud” apresenta esse encontro como ponto de partida para um duelo de convicções que não recorre a reviravoltas exteriores: a tensão está no que se diz, no que se recusa a dizer e no que o corpo já não consegue ocultar. Os atores raramente ocupam o mesmo plano em igualdade de altura; um senta, o outro circula; a câmera acompanha com movimentos curtos; o corte responde a pausas e interrupções, não a frases de efeito. A duração esticada de alguns planos permite que o espectador acompanhe a dor física de Freud, elemento que altera o andamento da conversa: as frases encurtam, os desvios aumentam, a impaciência cresce quando a morfina tarda.
Author: Natália Walendolf
Published at: 2025-11-09 17:17:54
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