O disco que Montenegro não pára de tocar

O disco que Montenegro não pára de tocar


Tem uma razão de ser: não só é esse o eleitorado que Pedro Nuno Santos tenta a todo custo agarrar, acenando com o trauma da troika, o que implica uma reação rápida e musculada por parte da AD, como é também aí que o núcleo duro de Montenegro acredita pode estar a diferença entre um novo resultado magro e a “maioria maior”. Seria o culminar de uma assumida estratégia de reconciliação que começou lá atrás, quando Luís Montenegro chegou à liderança do PSD, que se reforçou durante a anterior campanha — com a promessa de aumento do Complemento Solidário para Idosos e de medicamentos gratuitos para os seus beneficiários — e que se materializou em 11 meses de governação, com a atualização das pensões e um aumento extraordinário — antecipado, ironicamente, pela votação cruzada entre o PS e o Chega. E é uma ideia que diz muito aos mais velhos, sempre mais conservadores nas grandes decisões do país, mas também ao “português comum”, aquele que tem contas para pagar, os patrões, que têm salários para respeitar e que querem que os políticos não desajudem, os funcionários públicos, que até foram aumentados, e os que, sobretudo no centro-moderado, dispensam mais uma crise política.

Author: Miguel Santos Carrapatoso


Published at: 2025-05-13 19:48:24

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