O descalabro eleitoral do PS

O descalabro eleitoral do PS


O PS, no qual os sinais desta deriva de aproximação às áreas do PCP e BE já eram muito evidentes, nomeadamente entre a nova geração dos seus dirigentes, “institucionalizou” essa posição com o acordo da geringonça, cujo objectivo imediato foi a quebra do jejum de poder de quatro anos e salvaguardar a sobrevivência política de um líder, que “apunhalou” o anterior com o argumento de que o mesmo tinha ganho as eleições “por poucochinho”, para, depois de o substituir, perder as eleições seguintes, o que é muito pior do que ganhar por pouco! Outro exemplo desta deriva, foi a reacção do aparelho do partido, que “triturou” o Presidente da Câmara de Loures, também dirigente do PS, pelo simples facto de o mesmo ter tomado uma posição perfeitamente normal num Estado de Direito Democrático, na sequência dos motins de Outubro, afirmando o princípio de que quem ataca a comunidade, no caso com acções de violência extrema equiparáveis a actos de guerra, não pode beneficiar de condições de vida excepcionais (porque não são facultadas à generalidade dos cidadãos) disponibilizadas pela comunidade que ataca. O facto de o PS actual renegar a herança e a importância do 25 de Novembro, do qual foi o principal protagonista e vencedor civil, parecendo envergonhado do seu papel fundamental em todo o processo que conduziu ao mesmo e permitiu salvar os valores de Abril de liberdade e pluralismo, ameaçados pelo PREC, e de colaborar com as forças anti-democráticas derrotadas nesse dia e com os respectivos herdeiros na diabolização da data, é talvez a prova mais evidente da descaracterização e transfiguração do partido.

Author: Rómulo Machado


Published at: 2025-05-23 23:03:23

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