No cabo de guerra entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e senadores contrariados com o julgamento que impôs pena de 27 anos e três meses para o ex-presidente Jair Bolsonaro, integrantes da Corte acreditam que, a despeito da falta de identidade programática, o Centrão deverá atuar como uma espécie de trava para que não sejam levados adiante eventuais processos de impeachment dos magistrados na próxima legislatura, período em que dois terços do Senado serão renovados nas urnas. O diagnóstico embute certa dose de otimismo, uma vez que pelo menos 12 senadores do Centrão endossaram o mais recente pedido de destituição do ministro Alexandre de Moraes, mas entre juízes da Suprema Corte existe a avaliação de que essas mesmas legendas já tiveram papel decisivo em outros momentos de tensionamento, como supostamente na atuação contra aspirações golpistas de Bolsonaro. Ainda que o PL, partido a que o ex-presidente é filiado, tenha batido às portas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com questionamentos sobre uma fraude inexistente em determinadas urnas eletrônicas, ministros do STF contabilizam que expoentes do Centrão, como o senador Ciro Nogueira, teriam tido atuação fundamental para evitar que o ex-mandatário insistisse em promover uma virada de mesa eleitoral.
Author: Laryssa Borges
Published at: 2025-09-28 21:28:18
Still want to read the full version? Full article