O "candidato de fação" contra o "candidato do Governo"

O "candidato de fação" contra o "candidato do Governo"


Foi aqui que António Filipe lançou a primeira farpa — Marques Mendes “é o candidato do Governo em funções, está a defender a proposta do Governo” e deve ir recuperar o seu cartão de militante do PSD depois das eleições — e que o adversário contra-atacou — dizendo que o comunista é um “candidato de fação” e que está na “eleição errada”, uma vez que questões específicas sobre as leis laborais caberão ao poder legislativo. No segundo tema, mais diferenças claras: para o comunista, a sessão de comemoração do 25 de Novembro é “claramente contra o 25 de Abril” e traduz-se numa forma de “reescrever a História e menorizar o 25 de Abril”; Marques Mendes falou em datas “importantes”, mesmo que o 25 de Abril seja “especial”, e disparou: “O António Filipe tem esta posição porque o PC foi o partido derrotado no 25 de novembro de 1975”. No último tema não haveria, como seria de prever, acordo possível: tratava-se da guerra na Ucrânia, com António Filipe a defender uma “mediação” que leve ao fim da guerra e Marques Mendes a aproveitar o terreno fértil para provocações — uma e outra vez foi perguntando ao adversário como é possível que “opte por Putin e não Zelensky” e não apele a Putin que saia do território ucraniano, atitude própria de um “Presidente que se preze”, ouvindo sempre do outro lado um pedido para que evitasse as “simplificações”.

Author: Mariana Lima Cunha


Published at: 2025-11-18 22:55:46

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