Em vez de implorar credibilidade ao espectador cético, o longa o convida — ou talvez o provoca — a repensar o que se espera de um blockbuster contemporâneo quando a protagonista é uma mulher negra em posição de poder, empunhando não apenas armas, mas decisões que reverberam simbolicamente muito além da tela. Ao transformar o palácio presidencial em trincheira e o instinto maternal em estratégia geopolítica, ela desmantela não só terroristas, mas séculos de construção imagética que excluíram mulheres negras da esfera do poder decisivo. A fotografia aposta em contrastes cerrados de luz e sombra para refletir o dilema moral constante, enquanto a trilha sonora pulsa com cadência quase respiratória, ampliando a imersão do público no cerco político e emocional.
Author: Fernando Machado
Published at: 2025-04-12 16:03:14
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