Nesse cenário, o Brasil deu um passo adiante com o novo portfólio de missões da aeronave A-29 Super Tucano, da Embraer, de acordo com analistas ouvidos pela Sputnik Brasil.O Conceito de Operações (ConOps) definido pela empresa aeroespacial brasileira permitirá que operadores do Super Tucano realizem missões de combate a sistemas aéreos não tripulados (SANTs) a partir desse avião, atualmente utilizado por 22 forças aéreas no mundo.Concebido para treinamento avançado e ataque leve, o A-29 tem tecnologia para identificação precisa de alvos; sistemas de armas; e um conjunto abrangente de comunicações.De acordo com o aviador Fernando De Borthole, especialista do setor, a iniciativa abre uma série de possibilidades para crescimento e inovação na Embraer, que já é a terceira maior fabricante mundial de aviões.A atualização, diz, deve atrair novos parceiros internacionais ou nacionais. "Isso pode até ser um dos pontos mais valiosos do programa, porque cada nova capacidade que é adicionada ao Super Tucano cria uma demanda por atualização, por manutenção — treinamento de piloto, treinamento de operadores, suporte logístico… Isso, na verdade, é o que posiciona muito bem uma empresa fabricante de aviões e sistemas, o pós-venda", explica.O benefício, entretanto, não será apenas da Embraer. "O analista militar, escritor e delegado Rodolfo Laterza concorda que a novidade pode alavancar a venda da aeronave para mercados de países que buscam uma solução com maior praticidade e flexibilidade em várias modalidades de missão.Ambos os entrevistados ponderam que o público-alvo desse tipo de missão são países com ameaça real de drones e orçamento modesto para a área de defesa:De Borthole também menciona que há na África, no Oriente Médio, no Sudeste Asiático e no Leste Europeu mercados que procuram aviões versáteis, com custo operacional baixo e com aplicação de força de forma inteligente e funcional, atributos bem atendidos pelo Super Tucano.Entretanto, Laterza destaca que grande parte dos aviônicos do A-29 e dos sistemas eletrônicos embarcados são produzidos no exterior ou no Brasil sob licença da israelense Elbit Systems.Ele defendeu que o Brasil deve buscar cooperação militar e de defesa com nações que desfrutam de uma base industrial mais avançada; e transferência de tecnologia, a fim de assimilar novos conceitos tecnológicos e adquirir capacidades.
Author: Flávia Villela
Published at: 2025-11-18 23:50:00
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