Existe uma pulsação quase clandestina por trás da ação, algo que atravessa o cenário bélico e se infiltra nos gestos, como se o filme dissesse que a verdadeira batalha não tem nada a ver com munição, e sim com a tentativa de não perder a própria consciência no meio do caos. Mais adiante, quando os papéis se invertem e o soldado decide honrar o que ficou pendurado entre eles, o filme deixa claro que essa escolha não acontece porque um regulamento militar mandou, mas porque existe uma dívida moral que insiste em respirar, mesmo quando governos preferem ignorá-la. Quando o filme se aproxima do fim, o que fica não é a lembrança das explosões, mas a pergunta que se instala com teimosia: o que cada um faz quando percebe que ninguém virá corrigir a injustiça que testemunhou?
Author: Helena Oliveira
Published at: 2025-11-18 12:55:00
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