"Em vez de cederem a própria mão de obra, os farroupilhas capturavam os negros dos adversários, que serviam aos imperiais ou estavam foragidos, com a promessa de alforria após o fim da guerra", explica o jornalista Juremir Machado da Silva, autor de História Regional da Infâmia: o destino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras (L&PM, 2010). "O combate de Porongos, que mais foi uma matança de um só lado do que peleja, dispersou a principal força republicana, e manifestou estar morta a rebelião", escreveu Tristão de Alencar Araripe no livro de memórias A Guerra Civil no Rio Grande do Sul, publicado em 1881. "A traição dos farrapos, a aprovação em 1854 da lei que previa a prisão de quem alfabetizasse negros, a falta de um plano de inclusão após a abolição: essas e outras situações são heranças que alimentam o desrespeito que ainda coloca o negro, digamos assim, numa posição secundária", diz o jornalista.
Author: https://www.facebook.com/bbcnews
Published at: 2025-11-15 18:11:24
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