Em “A Guerra do Fim do Mundo”, inspirado em Canudos, desmonta a fé milenarista e o messianismo redentor com a mesma frieza com que, anos depois, retrataria o sadismo de Trujillo em “A Festa do Bode”. A ficção de Vargas Llosa nunca esquece que o humano é feito de grandeza e de ridículo, de heroísmo e de fraqueza — e que nenhum projeto político tem o direito de ignorar isso. Viveu entre Lima, Madrid, Paris e Londres, entre Duchamp e Faulkner, entre as bibliotecas e os estádios de futebol, entre a elegância de um liberal aristocrático e a inquietação de alguém que jamais se acomodou no papel de ícone.
Author: Carlos Willian Leite
Published at: 2025-04-14 16:11:56
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