Na obra de Krajcberg, não há espaço para as cores otimistas de Monet: como demonstram as 57 criações da exposição Reencontrar a Árvore, que entra em cartaz no Masp na mesma sexta-feira 16, ele atinge uma estranha forma de beleza em obras que se valem de restos de plantas mortas e queimadas para denunciar a devastação — como a imponente Flor do Mangue, escultura de 8 metros de diâmetro que lembra uma aranha gigante feita de troncos. Suas visões de um apocalipse ecológico são, em boa medida, a extensão dos tormentos pessoais que ele viveu antes de chegar ao Brasil, nos anos 1950 — e que resumem os horrores do século XX. Hoje, as obras de Krajcberg são valorizadas no mercado e estão na coleção de grandes museus mundiais, do MoMA de Nova York ao Pompidou, em Paris, sem jamais perder seu sentido essencial: o de serem imensos símbolos de um réquiem da natureza brasileira.
Author: Marcelo Marthe
Published at: 2025-05-10 11:00:35
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