"Islão rígido não pertence à tradição dos sírios"

"Islão rígido não pertence à tradição dos sírios"


Em dezembro de 2024, Mourad, que depois do seu cativeiro foi elevado a arcebispo de Homs, uma das maiores cidades da Síria, viu o país onde nasceu passar por uma transformação radical: a queda do regime de Bashar al-Assad, às mãos de um golpe de Estado operado pelo Hay’at Tahrir al-Sham (HTS), um grupo islâmico salafista anteriormente classificado como terrorista (aliás, com antigas ligações à Al-Qaeda), mas que atualmente está a tentar dar mostras de moderação, procurando credibilizar-se a nível internacional de modo a recuperar o lugar da Síria na comunidade internacional. Mas, numa videochamada a partir de Damasco com meios de comunicação social de vários países, incluindo o Observador, Mourad deixa um alerta: a situação na Síria está longe de estabilizada, o país ainda vive no “caos” devido à ausência de uma direção clara para o futuro e os sírios não estarão dispostos a aceitar um governo que lhes imponha uma lei islâmica tradicionalista, fechada e rígida. Desde que o HTS, liderado por Ahmed al-Sharaa (também conhecido pelo seu nome de guerra Abu Mohammad al-Julani), tomou o poder na Síria, o país mudou radicalmente: a ditadura de Bashar al-Assad colapsou, o novo governo prometeu modernizar o país e uma boa parte da comunidade internacional começou a reunir-se com os novos líderes sírios e a anunciar o levantamento das sanções económico-financeiras que estrangulavam a Síria.

Author: João Francisco Gomes


Published at: 2025-06-07 10:03:27

Still want to read the full version? Full article