O que mudou agora foi tão-só que esta posição de governos como o português se tornou politicamente insustentável, face à torrente diária da evidência dos crimes que Israel comete na Palestina, e perante a dimensão da mobilização global (nas instituições, nos tribunais, nas ruas) de quantos se opõem ao genocídio em curso, exigem o respeito pelo direito e denunciam cumplicidades e responsabilidades criminais (políticas, jurídicas, económicas, militares…) entre Estados, empresas e indivíduos. ), Montenegro, que tem ainda muito que explicar sobre a escala na Base das Lajes feita por três caças F-35 vendidos pelos Estados Unidos a Israel, refugiou-se na ideia de que, existindo um «registo de perigosidade» na passagem da flotilha, tinha feito aos tripulantes portugueses um «apelo para que não se corram riscos desnecessários» (leia-se, não ir a Gaza) e que desejava que houvesse «posições equilibradas de todos» (1 de outubro de 2025). O ministro, além de repetir a narrativa oficial israelita de que «as pessoas (da flotilha) foram detidas por um Estado de direito» que mostrou «procedimentos irrepreensíveis», acrescentou que este «conjunto de pessoas se dirige à Faixa de Gaza para apoiar uma organização», referindo-se ao Hamas, «que é uma organização terrorista para a União Europeia» (2 de outubro).
Author: Sandra Monteiro
Published at: 2025-10-06 14:07:15
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