É óbvio que os regimes autoritários estão atualmente interessados num Papa transigente que controle as massas, que não as predisponha contra eles e que, de alguma forma, lhes abra caminho para as políticas ultraliberais e autoritárias que querem incitar, quando não, para processos bélicos em invasões a países terceiros, como aconteceu com a Rússia e a Ucrânia, com Israel e Gaza, como pode acontecer com a China e Taiwan, ou como possa pretender Trump com a Gronelândia, embora esta mais difícil porque faz parte da União Europeia. Esta é a batalha a que vamos assistir nos próximos dias e que, na minha perspetiva, acredito que determinará o que irá acontecer nos próximos anos e o futuro da situação atual, comparável, como tudo o que acontece nos inícios de século, às duas Guerras Mundiais do século passado, só que as guerras de hoje são travadas de forma menos cruel e inclusive menos sangrenta, à exceção de Gaza e da Ucrânia. Se os sectores progressistas da Igreja conseguirem impor um novo Papa ou chegar a um consenso sobre um Papa com uma tendência mais progressista do que reacionária, e se o nome que finalmente for anunciado for o deste espanhol das Astúrias, talvez possamos confiar que uma das entidades mais influentes do mundo continuará uma linha de resistência contra os autoritarismos, os ultraconservadorismos e a extrema-direita, inclusive contra o ultraliberalismo, o que, para os que não fazemos parte da Igreja Católica, seria uma excelente notícia, porque também nos afetaria positivamente.
Author: Xoán Mao
Published at: 2025-04-26 23:12:46
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