Os traidores daquele período têm nome e sobrenome: os generais que conspiraram, os empresários da FIESP que financiaram a quartelada, membros do legislativo e do judiciário, a mídia que preparou o terreno — basta reler os editoriais da Folha ou do Globo daquele período — e os torturadores que, nos porões do DOI-CODI, se tornaram a face mais hedionda de um Estado voltado contra seu próprio povo. A economia ajoelhada no altar perverso do ultraliberalismo, o desmonte das políticas ambientais, a sabotagem deliberada no combate à pandemia (documentada à exaustão pela CPI da Covid), a destruição de agências de cultura e ciência, a continência a uma bandeira estrangeira e a tentativa patética de golpe em 8 de janeiro de 2023, gran finale de uma série brancaleônica de ações, não foram atos de um tolo. A figura do “fantoche” traidor se atualizou no economista de mercado que celebra a venda de estatais estratégicas, no militar que troca a defesa das fronteiras pela segurança de um gabinete com ar-condicionado, no juiz que, em conluio com o procurador, rasga a Constituição que jurou defender, sabota uma eleição e destrói os setores mais dinâmicos da nossa economia.
Author: Lucia Editora
Published at: 2025-08-05 15:22:44
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