Fábricas chinesas começam a imaginar mundo sem compradores americanos

"A expansão será grande em nosso mercado asiático neste ano — a economia está vibrante e só precisamos fazer alguns ajustes no design dos produtos", disse Zeng, cofundador da Guangdong Super Technology, no estande de sua empresa na Feira de Cantão, a maior feira de comércio exterior do mundo, que nesta edição foi realizada sob a sombra das grandes tarifas dos Estados Unidos sobre produtos chineses. Dados divulgados pelos organizadores mostraram aumentos de 24% no número de possíveis compradores vindos dos países do grupo Brics, como Rússia e Índia, e de 17% no de países integrantes da Iniciativa do Cinturão e da Rota (BRI, na sigla em inglês), também conhecida como Nova Rota da Seda. Muitos exportadores de bens de consumo e artigos de uso doméstico disseram preferir destinos mais próximos à China, como o Oriente Médio e o Sudeste Asiático, cujas economias estão em processo de industrialização e têm uma classe média em expansão.