Exterritorial: o melhor filme que você verá esta semana na Netflix

Exterritorial: o melhor filme que você verá esta semana na Netflix


Um lado ambivalente da natureza de todos nós, tão cheio de luzes e sombras, de reentrâncias e saliências, subidas e declives, mantém-se a salvo da curiosidade quase sempre destrutiva de quem nos rodeia, mas acabam impondo-se circunstâncias em que o cerco se fecha a ponto de pensarmos que vivemos numa espécie de universo paralelo, um lugar mágico e maldito onde não somos mais os protagonistas da nossa própria vida, momento em que recrudesce a sensação de que alguma coisa de muito errado vai se anunciar, adquirindo proporções cada vez menos racionais, revestindo-se de uma aura de emoções que se sucedem, se libertam e voltam a se encastelar, processo mais e mais incontrolável, até que finalmente tudo degringola em obsessão, paranoia, melancolia, tristeza… Sara Wulf, a protagonista de “Exterritorial”, enfrenta grandes dificuldades para vencer aquelas etapas em que já não nos dominamos mais, tragada por uma cornucópia de perigos que extrapolam o real. Parece que tudo vai sair como o esperado: Sara e Josh, encaminham-se ansiosos para o salão de atendimento, mas uma vez que o tempo avança, pessoas que chegaram depois são chamadas e eles continuam lá, Sara leva o garoto até à brinquedoteca, e então mergulha num pesadelo quando volta e não o encontra. Zübert encadeia uma série de momentos que denotam a angústia de Sara, oportunidades muito bem-aproveitadas por Jeanne Goursaud para elaborar uma possível doença mental de sua personagem, enquanto a história aos poucos assume seu próprio ritmo e dá brechas para que o publico comece a tecer conclusões mais objetivas, em especial depois que Erik Kynch, o misterioso chefe da segurança do consulado, toma a frente das investigações acerca do sumiço de Josh.

Author: Giancarlo Galdino


Published at: 2025-04-30 18:20:51

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