Em crise, a indústria automóvel europeia virou-se para os EUA. Com tarifas de 25%, Trump fecha-lhe a porta

Em crise, a indústria automóvel europeia virou-se para os EUA. Com tarifas de 25%, Trump fecha-lhe a porta


Mas mesmo que o valor avançado pela administração Trump se confirme, este “será conseguido à custa de menos vendas, perda de postos de trabalho e penalização do consumidor – as tarifas podem parecer algo patriótico, mas neste caso não serão mais do que inflação com uma maquilhagem diferente”, diz John Plassard, economista-chefe da gestora de ativos suíça Mirabaud, lembrando que “um carro não é um simples bem de consumo, é uma alavanca económica que tem interligações com fatores como o financiamento bancário, o emprego e as exportações – mexer no setor automóvel é mexer no coração da economia americana“. Por outro lado, os analistas destacam outros fatores que podem ajudar a mitigar o impacto, do ponto de vista das vendas das empresas europeias e de outras regiões: “a produção norte-americana não pode aumentar da noite para o dia“, ou seja, a procura dos norte-americanos terá de continuar a ser satisfeita pelas mesmas marcas, mesmo que a preços mais elevados, pelo menos numa primeira fase. “O setor automóvel [dos EUA] pode sofrer consequências graves, já que as indústrias dependem muito de importações de componentes vindas do México, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Canadá e Tailândia”, afirma a PwC, acrescentando que “as tarifas podem tornar os veículos mais caros, para os consumidores, aumentar os custos de produção para os fabricantes norte-americanos e atrasar as operações, colocando pressão sobre postos de trabalho e linhas de produção”.

Author: Ana Suspiro


Published at: 2025-03-29 19:06:43

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