A ideia que se tem do chefe máximo da Igreja Católica que agora faleceu é que era um homem progressista que levou a cabo uma luta de ‘abertura’, uma espécie de glasnost, no Vaticano, mas Francisco sempre defendeu a união e não queria pôr o futuro em causa com grandes ruturas – esse será o grande desafio do futuro Santo Padre. Simplificando mais uma vez: se o o processo sinodal, que ainda tem o nome de Sínodo dos Bispos, embora colaborem centenas de pessoas que o não são, entre as quais mulheres, tivesse aprovado o fim do celibato obrigatório dos padres, a ordenação de mulheres, a bênção de casais do mesmo sexo, entre outros temas fraturantes, a Igreja americana, a africana e a asiática distanciavam-se do Vaticano. Tem a palavra o Papa: «Verificaste que nos Estados Unidos a situação não é fácil: há uma atitude reacionária muito forte, organizada, que estrutura uma adesão também afetiva (…) Quero lembrar a estas pessoas que voltar atrás é inútil e que é preciso compreender que há uma evolução correta na compreensão das questões de fé e de moral, desde que se sigam os três critérios que Vicente de Lérins já indicava no século V: que a doutrina evolui ut annis consolidetur, dilatetur tempore, sublimetur aetate.
Author: Vítor Rainho
Published at: 2025-04-26 18:03:54
Still want to read the full version? Full article