A sua única vertente concreta diz respeito à libertação dos vinte reféns israelitas ainda vivos detidos pelo Hamas e seus aliados, em troca da libertação por Israel de 250 prisioneiros palestinianos condenados a prisão perpétua e de 1700 habitantes de Gaza detidos após o 7 de outubro de 2023, e desde então mantidos em prisão sem acusação, ou seja, que também são reféns. Além dessa troca, o plano repete tópicos que estão em discussão desde os primeiros meses da guerra no enclave palestiniano: a eliminação militar e política do Hamas; a perspetiva de uma retirada — parcial, gradual e condicional — das tropas israelitas; a colocação dos habitantes de Gaza sob controlo de uma Autoridade Palestiniana «reformada» («revitalizada», disse Joe Biden quando ainda era presidente), após um controlo provisório exercido por uma força internacional composta principalmente por tropas regionais. De facto, Trump recusou-se até agora a colocar o contingente previsto para Gaza sob o controlo da ONU, como parecem ter-lhe sugerido os presidentes egípcio e turco reunidos em Charm El-Cheikh, em 13 de outubro, para assinar com grande pompa, com Trump e o emir do Qatar, e na presença de outros chefes de Estado e de governo, a «Declaração de Trump para uma paz e prosperidade duradouras».
Author: Gilbert Achcar
Published at: 2025-11-03 12:28:51
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