Porém, as marcas de relógios de luxo souberam valorizar o seu fabrico artesanal, a tradição centenária, as toragens limitadas, os metais nobres e pedras preciosas e outras extravagâncias de forma a seduzir os clientes abastados e mais desejosos de um símbolo de status do que de um dispositivo de medição do tempo – a estratégia funcionou e permitiu-lhes continuar a dominar o mercado, em termos de volume de negócios, até aos nossos dias. É compreensível que, tendo de escolher entre um dispositivo que só dá horas e outro, de dimensão similar, que, além de marcar o tempo, oferece as funcionalidades de recepção de chamadas, e-mails e SMSs, calculadora, agenda, GPS, fonte de música, monitorização de de exercício físico, funções vitais e estado de saúde e, mais recentemente, até de diagnóstico de covid-19, prefira o segundo. Com excepção das italianas Panerai e Bulgari e das francesas Van Cleef & Arpels e Hermès, todas as marcas são suíças, e, de qualquer modo, a Panerai e a Bulgari têm sede e fabrico na Suíça, a Van Cleef & Arpels tem como principal actividade a joalharia e a Hermès é uma marca de luxo que se espraia pela perfumaria, vestuário, joalharia, malas, mobiliário e acessórios, pelo que, quando se consideram apenas as marcas que se dedicam exclusivamente aos relógios, o domínio suíço é ainda mais avassalador.
Author: José Carlos Fernandes
Published at: 2025-04-12 13:31:54
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