Ou seja, seria necessário recorrer a uma contabilização diferente, à semelhança do que já fazem muitos países europeus membros da NATO, sobretudo através da inclusão de infraestruturas críticas que, embora com utilização civil, podem ter uso militar pontual ou recorrente no futuro”, indica em declarações ao Observador Paulo Monteiro Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, acrescentando que “nesse sentido, esse reforço poderá ser parcialmente acomodado através da reprogramação da despesa dentro da margem disponível, da reclassificação de despesas com uso dual (como infraestruturas e proteção civil com função militar) e de uma execução faseada e ajustada aos meios existentes — tudo isto sem comprometer o equilíbrio orçamental, se gerido com rigor”. Segundo a primeira análise de Bruxelas, conclui-se que o reforço das despesas de defesa vai obrigar a um esforço de ajustamento maior no período seguinte para o novo plano de médio prazo, a partir de 2029, por forma a manter a sustentabilidade orçamental. Num documento da Direção Geral de Economia e Finanças da Comissão Europeia é referido, tal como antecipado pelo Jornal de Negócios, que o aumento das despesas da defesa (em 1,5% do PIB) levará a um aumento dos défices de 1,3 pontos percentuais em 2028 e um agravamento da dívida em percentagem do PIB em 2,6 pontos, o que implicará no próximo período de planos de médio prazo um esforço adicional de 0,4 pontos em média.
Author: Alexandra Machado
Published at: 2025-06-15 19:22:35
Still want to read the full version? Full article