Da Bovet à Patek Philippe: uma história das marcas de relógios (parte 2)

Da Bovet à Patek Philippe: uma história das marcas de relógios (parte 2)


Porém, a instabilidade económica gerada pelas Guerras Napoleónicas e a concorrência de relógios baratos fabricados na França e na Flandres deixou a indústria relojoeira de Fleurier em maus lençóis, o que terá pesado na decisão de Bovet, aos 17 anos, de tentar a sorte em Londres, no que foi acompanhado pelos irmãos Alphonse e Frédéric. A empresa começou por chamar-se Raiguel Jeune & Cie., mas Raiguel e Morel saíram da sociedade em 1846 e Agassiz ficou à sua frente apenas por dois anos, passando-a para o seu sobrinho, Ernest Francillon (1834-1900), que foi quem baptizou a empresa como Longines (por a primeira fábrica ter sido instalada num local de Saint-Imier conhecido como “Les Longines”, ou “prados longos”), Foi também Francillon quem lhe atribuiu o logótipo com a ampulheta alada que ainda hoje está em vigor e converteu a oficina local de relojoaria numa empresa de dimensão internacional. A Patek Philippe tem vindo a cultivar uma aura de luxo, perfeição e exclusividade: a sua produção é deliberadamente limitada (62.000 relógios em 2018), a produção é executada integralmente dentro da empresa (enquanto outras marcas delegam a produção dos “movimentos” ou, pelo menos, de alguns componentes, noutros fabricantes), os relógios são laboriosamente construídos à mão e a aquisição dos modelos “grande complication” requer que o comprador se inscreva numa lista e aguarde alguns meses.

Author: José Carlos Fernandes


Published at: 2025-04-20 09:33:51

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