Contos sobre mulheres vulneráveis de Jarid Arraes perdem-se em meio a lacração, militância exagerada e regionalismo afetado

Contos sobre mulheres vulneráveis de Jarid Arraes perdem-se em meio a lacração, militância exagerada e regionalismo afetado


Os contos de Arraes carecem de acabamento, apuro estético, coesão e estilo, verdadeira praga que acomete trabalhos da novíssima safra de escritores brasileiros, em especial “Jantar Secreto” (2016), de Raphael Montes; “Tudo É Rio” (2014), de Carla Madeira; e “A Cabeça do Santo” (2014), de Socorro Acioli. Seu objetivo, como o de Beauvoir, era libertar as mulheres de suas amarras culturais, permitindo que o leitor vislumbrasse sua alma livre e até indomável; o que consegue, não obstante, é servir de bucha de canhão para a guerra cultural, batendo na tecla da falsa hegemonia do macho, fazendo da magia do encontro intersexual a eterna retórica do antagonismo. Paglia, que chegou a declarar, vejam só, que “as mulheres sufocam os homens” ao fazê-los serem como elas querem e, então, abandoná-los implacáveis, transformou-se na malvada favorita de Madonna, talvez o que haja de mais simbólico na montanha de lixo cintilante que a indústria cultural produziu, década após década, por causa de uma crítica ao visual da cantora.

Author: Giancarlo Galdino


Published at: 2025-07-08 13:53:40

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