Sentado à mesa com veteranos de guerra em um elegante chá da tarde com direito a bolos finos, Vladimir Putin fez um anúncio que deu uma abrupta cortada no clima ameno na suntuosa repartição governamental: era quarta-feira 29 de outubro, e o presidente contou que a Rússia havia testado um portentoso torpedo de alta propulsão e capacidade nuclear que poderia alcançar, segundo a orgulhosa propaganda, o dobro da potência da maior bomba atômica já submetida à simulação de um ataque até então. A bordo do Air Force One, antes de um muito aguardado encontro com o chinês Xi Jinping, o presidente americano, que se ressente de não ter conseguido mover uma única peça importante no intrincado xadrez, anunciou: já havia dado a ordem para a retomada de testes com armas nucleares, algo de que não se fala nos Estados Unidos desde o fim da Guerra Fria, nos anos 1990. “Cada movimento de provocação russa serve a um propósito claro: pôr à prova a habilidade de americanos e europeus de coordenarem uma resposta conjunta, o que está longe de ocorrer”, avalia Christo Kostov, professor de estudos de guerra da Schiller International University, em Madri.
Author: Caio Saad
Published at: 2025-11-07 09:00:47
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