Ciberespaço, infraestruturas e guerras híbridas

Ciberespaço, infraestruturas e guerras híbridas


Tudo começou com a invasão da Crimeia pela Rússia, depois o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (o Brêxit), a primeira eleição de Donald Trump, a reeleição de Xi Jiping a pandemia da covid-19, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, a guerra no Médio Oriente, o colapso das instituições multilaterais das Nações Unidas, a reeleição de Donald Trump, as guerras tarifárias e o realinhamento geopolítico e geoeconómico de muitos países. Basta olhar à nossa volta e perceber que, em contexto de delimitação de áreas de poder e influência, as guerras, as sanções e as retaliações são um excelente pretexto para estas guerras híbridas, ou seja, estes riscos globais, sistémicos e aleatórios, muitos deles em trânsito e processo de redefinição, irão determinar, cada vez mais, a nova geografia das cadeias de valor e tanto mais quanto, como sabemos, cada segmento da cadeia global de valor transporta, ele próprio, um risco de segurança, pela informação estratégica que contem e pode revelar. A privacidade individual e o uso abusivo de dados pessoais, as notícias falsas e a desinformação deliberada, os ataques informáticos recorrentes e o cibercrime, a incriminação e a proteção dos piratas informáticos, a tributação dos grandes conglomerados tecnológicos e as pesadas contraordenações por violação grosseira das regras de concorrência, a discussão em redor dos “campeões europeus” em conjunto com a temática da harmonização fiscal, a monitorização do investimento estrangeiro no que diz respeito aos setores estratégicos europeus e, finalmente, as questões de segurança coletiva associadas à introdução das redes de última geração 5G.

Author: António Covas


Published at: 2025-05-24 23:06:54

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