poucos carros conseguiram ao mesmo tempo desafiar e definir a identidade automotiva de um pais como o corvette nascido do conflito entre duas culturas — a americana da opulencia e dos v8 e a europeia da leveza e da agilidade — o primeiro corvette surgiu quase como um experimento ousado um exercicio de estilo embalado em fibra de vidro lançado por uma gm que naquela altura dos anos 1950 era mais conhecida por seus sedas conservadores e caminhoes do que por esportivos de dois lugares mas o corvette nao nasceu pronto pelo contrario sua origem e marcada por hesitaçao improviso e um salvamento em cima da hora que so seria possivel em um lugar como a america do pos guerra esta e a historia de como o corvette nasceu de um impulso — quase uma vaidade — e se transformou em simbolo de potencia liberdade e rebeldia uma historia que começa nos saloes europeus passa por um quartel militar em oklahoma e termina nos coraçoes de milhares de americanos que queriam um carro que gritasse liberdade em cada aceleraçao um resposta americana o corvette nao existiria sem a segunda guerra mundial e nao estamos falando da guerra em si mas de seu efeito colateral mais inesperado o gosto dos soldados americanos pelos carros esportivos europeus durante o conflito e nos anos seguintes milhares de soldados estacionados na inglaterra e na europa continental descobriram maquinas como o mg tc o triumph tr2 o jaguar xk120 e os alfa romeo da epoca eram carros pequenos leves ageis — diametralmente opostos aos carros americanos da epoca que eram longos macios e feitos para cruzar as dimensoes continentais dos eua muitos desses soldados voltaram para casa seus roadsters comprados a preço de banana e começaram a correr com eles em estradas sinuosas e pistas improvisadas o movimento cresceu tanto que deu origem ao sports car club of america fundado em 1944 e ao fenomeno cultural do esportivo de dois lugares um fenomeno que a industria americana inicialmente ignorou [caption id= attachment_387114 align= alignleft width= 1226 ] scca no inicio dos anos 1950 so esportivos britanicos[/caption] ou melhor parte da industria por que harley earl entao chefe de design da gm e criador do conceito de carro show estava atento em 1951 earl começou a pensar em um carro esportivo americano para rivalizar com os carros trazidos pelos soldados um roadster para duas pessoas ao estilo dos europeus mas com alma americana ele sabia que a gm precisava de algo novo e visualmente atraente algo que pudesse ser mostrado em um salao e provocar o publico como fazem os carros conceito foi quando ele deu inicio ao projeto ex 122 a equipe de earl começou a trabalhar em segredo ele queria um carro que usasse peças da prateleira da chevrolet — motor seis cilindros blue flame suspensao dianteira do seda 210 e eixo traseiro rigido o que faria dele um esportivo seria a carroceria moldada em fibra de vidro um material leve e revolucionario para a epoca o nome veio do mar corvette uma pequena embarcaçao de guerra usada pela marinha britanica evocando velocidade e agilidade era um nome com alma e soava bem em qualquer idioma e assim no motorama de nova york em janeiro de 1953 o corvette foi revelado uma infancia dificil o corvette de 1953 era um paradoxo sobre rodas ao mesmo tempo em que representava o futuro com sua carroceria de fibra de vidro perfil baixo e interior esportivo por dentro ainda era um chevrolet com motor antiquado e cambio automatico de duas marchas isso nao importou naquele primeiro momento [caption id= attachment_387119 align= alignleft width= 1161 ] a apresentaçao do corvette[/caption] quando o carro surgiu no salao do hotel waldorf astoria em janeiro de 1953 ele simplesmente hipnotizou o publico era branco perola com interior vermelho vivo um roadster de dois lugares com linhas aerodinamicas e um nome forte que fazia as pessoas desejarem aquele carro foi o começo do sonho a chevrolet ficou tao surpresa com a recepçao que acelerou o projeto para a linha de produçao mas linha de produçao talvez seja exagero os primeiros 300 exemplares foram montados quase a mao em uma fabrica improvisada na cidade de flint michigan por uma equipe que nunca havia trabalhado com fibra de vidro cada carro levava semanas para ficar pronto e mesmo assim os primeiros corvette de 1953 estavam longe de ser perfeitos sob o capo o seis cilindros blue flame de 3 8 litros entregava 150 cv — numero respeitavel para a epoca mas decepcionante para um esportivo com aquele visual futurista e sugestivo do corvette pior era sempre acoplado a caixa powerglide automatica de duas marchas ou seja o carro parecia um foguete mas andava como um comportado bel air nem mesmo os freios ou a suspensao tinham qualquer preparo para um uso esportivo para quem havia dirigido um jaguar xk120 ou um mg td o corvette era um enfeite de garagem a ideia era fazer um carro exclusivo e por isso a produçao de 1953 ficou restrita a 300 unidades mas com a euforia do lançamento a gm acreditava que havia criado um fenomeno em 1954 aumentaram a produçao para 3 640 unidades com direito a nova fabrica em st louis so esqueceram de um detalhe quase ninguem queria o carro as concessionarias chevrolet estavam acostumadas a vender o bel air e caminhonetes nao sabiam o que fazer com um roadster de dois lugares e preço alto o corvette era caro custava mais de us$ 3 400 quando o bel air variava de us$ 2 000 a us$ 2 500 era desconfortavel e lento para sua proposta e vinha apenas em branco vermelho ou preto para piorar a ford estava prestes a lançar o thunderbird mais luxuoso e com v8 de serie por isso logo em seu primeiro ano de vida o corvette ja era um carro condenado dos 3 640 carros produzidos metade foi vendida e o resto encalhou nos patios das concessionarias ou ficou escondido em depositos esperando por clientes que nao viriam a gm começava a se perguntar se nao havia cometido um erro ao tentar fazer um carro esportivo a americana e tudo indicava que sim o problema era que o corvette parecia esportivo demais para o cliente comum da chevrolet mas era esportivo de menos para quem realmente queria um esportivo nao era rapido nao era bem acertado nao tinha um motor a altura do visual o cambio automatico de duas marchas nao combinava com a proposta e a suspensao herdada dos sedas convencionais nao fazia questao de esconder sua vocaçao confortavel era no fim um carro bonito mas com uma forte crise de identidade — e com o emblema errado enquanto isso do outro lado da rua a ford preparava sua resposta o thunderbird de 1955 era tudo o que o corvette nao era um conversivel de dois lugares com v8 de serie interior luxuoso acabamento impecavel e um marketing muito mais eficaz quando o t bird chegou as lojas vendeu 16 000 unidades logo no primeiro ano era um carro para o publico alvo certo — ainda que nao fosse o esportivo americano para rivalizar com os europeus foi justamente por isso que a diferença do sucesso entre os dois acabou sendo um golpe tao humilhante para a chevrolet no alto escalao da gm a decisao de matar o corvette ja estava sendo cogitada afinal qual o sentido de manter um carro que nao vendia comprometia a imagem da marca e ainda consumia recursos de produçao e engenharia em qualquer outra circunstancia o corvette teria sido encerrado ali como tantos outros prototipos que foram longe demais mas foi nesse momento que entrou em cena o homem certo na hora certa com a obsessao certa zora arkus duntov o nome e russo mas zora arkus duntov nasceu na belgica onde seus pais que eram russos trabalhavam na epoca ainda na infancia a familia voltou a sao petersburgo — entao rebatizada como petrogrado — e seus pais se separaram na uniao sovietica sua mae conheceu outro engenheiro de mineraçao josef duntov e casou se com ele mas com a consolidaçao do stalinismo e as mudanças radicais promovidas para a instalaçao do regime socialista a familia refugiou se em berlim na capital alema duntov comprou uma moto de 350 cm³ para disputar corridas e usa la como seu transporte diario com a popularizaçao dos carros e motos duntov abandonou seu sonho de infancia de se tornar motorneiro e decidiu estudar engenharia mecanica na universidade tecnica charlottenburg nessa mesma epoca por pressao de seus pais ele trocou sua moto por um carro um carro de corrida claro formado engenheiro ele começou a escrever para a revista auto motor und sport mas nessa mesma epoca o entao premie da alemanha adolf hitler resolveu tomar de volta um pedaço da polonia e acabou colocando o mundo em chamas aquela altura duntov ja estava casado com uma francesa e vivendo em paris alistou se na força aerea de frança mas com a rendiçao francesa ele precisou fugir mais uma vez com a ajuda do consulado espanhol em marselha ele conseguiu vistos para sua esposa para seus pais e para seu irmao sua rota de fuga envolveu ate mesmo uma corrida contra o relogio e contra a captura pelos alemaes a bordo de um mg entre paris e bordeaux duntov e seu irmao reencontraram os parentes e juntos foram todos para portugal onde embarcariam para nova york duntov chegou aos eua justamente durante a efervescencia da cultura hot rodder foi a primeira vez em que ele estava no lugar certo e na hora certa seus novos amigos automobilistas eram egressos do exercito e da aeronautica os mesmos que desenvolveram conhecimento de mecanica e aerodinamica na guerra e agora as aplicavam aos seus carros para torna los mais rapidos estes ex combatentes encontraram no motor flathead da ford uma base mecanica robusta e versatil para extrair mais potencia duntov nao era apenas um desses caras ele tambem era engenheiro mecanico junto de seu irmao eles criaram a ardun contraçao de seus sobrenomes arkus e duntov e desenvolveram um kit para converter os motores flathead em ohv com valvulas no cabeçote e camaras de combustao hemisfericas os ganhos eram significativos e o kit fez um grande sucesso naquele periodo seminal da cultura hot rodder o sucesso foi tanto que eles logo estavam com 300 funcionarios mas apos uma serie de decisoes equivocadas tomadas por um dos socios da empresa eles acabaram falidos e duntov teve de passar um tempo na europa trabalhando para a allard ele chegou ate mesmo a pilotar pela fabricante nas 24 horas de le mans de 1952 e 1953 mas nas duas ediçoes o carro quebrou depois de 10 horas de corrida naquele mesmo ano ele voltou aos eua e visitou o salao motorama uma mostra de conceitos futuristas promovida pela general motors em nova york foi a segunda vez em que ele era o cara certo na hora certa e no lugar certo na exposiçao ele conheceu o prototipo do corvette e o achou incrivel mas acabou decepcionado ao descobrir que sob aquela bela carroceria de plastico havia um antiquado seis em linha pesado e pouco potente zora escreveu uma carta a ed cole engenheiro chefe da chevrolet propondo modificaçoes para melhorar o desempenho do vette cole gostou do que leu e em 1º de maio de 1953 duntov tornava se engenheiro assistente da gm logo que chegou a equipe da chevrolet zora escreveu uma carta aos seus superiores inspirada por sua experiencia no cenario hot rodder na qual explicava o sucesso dos concorrentes e o que a gm deveria fazer para combate los a carta era intitulada reflexoes sobre a juventude os hot rodders e a chevrolet e dizia o seguinte o movimento hot rod e o interesse por tudo que se relaciona com preparaçao e velocidade continuam crescendo como indicativo as publicaçoes dedicadas ao hot rodding e as modificaçoes das quais cerca de meia duzia tem grande circulaçao nacional simplesmente nao existiam ha cerca de seis anos da capa a contracapa estao cheias de fords portanto nao e surpreendente que a maioria dos hot rodders estejam comendo dormindo e sonhando com fords modificados eles conhecem as peças da ford de ponta a ponta melhor que o proprio pessoal da ford um jovem que compra uma revista pela primeira vez e imediatamente apresentado a ford e razoavel supor que quando hot rodders ou pessoas influenciadas por esse universo compram veiculos escolhem fords a medida que progridem em idade e renda passam de sucatas a fords usados e depois a fords novos devemos considerar se seria desejavel tornar esses jovens simpatizantes da chevrolet acredito que estamos em posiçao de tentar isso com sucesso no entanto ha muitos fatores contra nos lealdade e experiencia com a ford a industria de performance e voltada para a ford a lei dos numeros milhares ja estao — e continuarao — trabalhando com fords para competiçao ativa o surgimento do v8 com comando no cabeçote da ford agora um ano a nossa frente quando surgiu uma linha superior de v8s da gm houve pouquissimas tentativas de desenvolve los — e nenhuma muito bem sucedida da mesma forma o lançamento do v8 da chrysler foi recebido com relutancia mesmo com o sucesso dos ardun ford tendo preparado o terreno para a aceitaçao do firepower este ano e o primeiro em que desenvolvimentos isolados da chrysler encontraram algum sucesso os recordes de bonneville estao divididos entre os ardun ford e os chrysler na nao aceitaçao dos v8 da gm e no inicio muito lento da chrysler o custo certamente teve papel importante como qualquer pessoa os hot rodders sao atraidos pela novidade no entanto a experiencia amarga os ensinou que desenvolver algo novo e caro e demorado — por isso sao extremamente conservadores pela minha observaçao um hot rodder experiente leva cerca de tres anos para conseguir desenvolver um novo projeto com sucesso os ford com comando no cabeçote estarao nesse estagio em 1956 1957 o potencial de um motor v8 chevrolet e extremamente alto mas deixar que as coisas sigam seu curso natural nos deixara atrasados em um ano — e mesmo assim poucos escolherao a chevrolet como base para preparaçao parece que a menos que alguma açao seja tomada para superar as probabilidades e o fator tempo a ford continuara dominando o pensamento desse grupo um fator que pode em grande parte superar essa desvantagem seria a disponibilidade de peças prontas projetadas para maior desempenho se o uso do motor v8 chevrolet for facilitado e as primeiras tentativas forem bem sucedidas o apelo da novidade se firmara — e sem o estigma de ser algo caro como acontece com cadillac ou chrysler — poderemos antecipar uma migraçao para a chevrolet isso significa desenvolver uma linha de peças especiais — comandos valvulas molas coletores pistoes e afins — que estarao disponiveis ao publico a associaçao da chevrolet com hot rods velocidade e afins provavelmente seja inaceitavel institucionalmente mas talvez a existencia do corvette ofereça uma brecha se essas peças especiais forem oferecidas como itens opcionais para o corvette elas serao sem duvida reconhecidas pelos hot rodders como exatamente aquilo que estavam procurando para preparar seus chevy se e desejavel ou nao associar o corvette a velocidade nao sou qualificado para dizer — mas sei que em 1954 entusiastas de carros esportivos terao acesso ao corvette e gostemos ou nao vao correr com ele a afirmaçao mais frequente desse grupo e vamos colocar um motor cadillac nele eles vao fazer isso — e acho que isso nao e bom muito provavelmente terao os mesmos problemas dos allard quebrando mais cedo ou mais tarde — quase sempre mais cedo — tudo o que ha entre o volante do motor e as rodas em 1955 mesmo com o motor v8 se necessario for ainda serao superados o numero de carros comprados especificamente para competiçao e irrelevante em termos de mercado mas atrai atençao e publicidade desproporcionais ao seu volume ja que nao podemos impedir que corram com corvettes talvez seja melhor ajuda los a fazer isso direito para ter sucesso nesse campo as peças opcionais devem se aplicar nao apenas ao motor mas tambem aos componentes do chassi do ponto de vista da engenharia o desenvolvimento desses itens no que se refere ao chassi nao esta fora de sintonia com algumas das atividades ja planejadas pelo nosso grupo o uso de ligas leves e o desenvolvimento de freios — tambores compostos discos e similares — ja estao na agenda do nosso grupo de pesquisa e desenvolvimento como disse acima o motor v8 tem um alto potencial de desempenho — e dificil superar o deslocamento mas com apenas 80% da cilindrada ele tera 96% da superficie dos pistoes do motor cadillac segundo minhas estimativas uma potencia comparavel a do cadillac pode ser obtida sem exceder 37 5 kgfm de torque em momento algum a tarefa de fazer um powertrain confiavel e portanto facil estas ideias sao exatamente isto um homem pensando alto sobre o assunto deixo aqui essas reflexoes como quem pensa alto — nada mais do que consideraçoes pessoais z arkus duntov 16 de dezembro de 1953 pensar alto funcionou a diretoria da gm entendeu o panorama do momento e desenvolveu um v8 para a linha chevrolet em sua primeira iteraçao de 265 pol³ 4 3 litros e 195 cv o motor era 20 kg mais leve que o seis em linha e tinha 45 cv a mais com ele duntov teve sua primeira arma e logo começou a usar as pistas para provar seu ponto o primeiro teste foi realizado com um prototipo feito sobre um dos corvette abandonados identificado pelo codigo ex‑87 ele se tornou uma peça chave na virada da historia do vette o ex 87 tinha o v8 265 e trocou a transmissao automatica powerglide por uma borg‑warner manual de tres marchas ganhou suspensao e freios reforçados na oficina de smokey yunick e ainda teve uma nova geometria de suspensao para eliminar as tendencias subesterçantes e sobre esterçantes que o corvette tinha desde 1953 ele tambem foi usado em testes aerodinamicos com coberturas nos farois uma capota rigida estilo tonneau com acrilico curvo e ate um pequeno estabilizador vertical que servia como apoio para a cabeça do piloto esses elementos foram avaliados no campo de provas de milford e no deserto do arizona mas a novidade mais significativa foi o desenvolvimento de um novo comando de valvulas para o motor v8 o lendario duntov cam que permitia rotaçoes mais altas e potencia mais robusta sem sacrificar durabilidade no final de 1955 esse carro experimental atingiu 263 km/h em testes ja com o motor v8 ampliado para 307 polegadas cubicas carroceria modificada e o novo comando de valvulas poucos meses depois ja com a carroceria atualizada de 1956 o corvette ex‑87 cravou 150 583 mph 242 34 km/h na flying mile durante o speedweeks de daytona era o primeiro carro americano produzido em serie a atingir essa marca que foi homologada pela nascar paralelamente duntov subiu a montanha de pikes peak com um seda chevrolet equipado com o novo motor v8 power pack ele bateu o recorde anterior com dois minutos de vantagem em uma demonstraçao clara de que a gm podia sim fabricar motores de alta performance e carros competitivos mesmo com a gm aderindo em 1957 ao chamado ama ban — uma autocensura das fabricantes americanas que prometiam nao participar oficialmente de competiçoes — duntov seguiu apoiando a competiçao por baixo dos panos ele viabilizou o desenvolvimento do corvette ss um carro de corrida puro feito em aluminio e magnesio com suspensao independente nas quatro rodas e motor de 307 cv embora o projeto tenha sido abortado por causa do banimento o ss foi um marco pela primeira vez o corvette apontava diretamente para le mans enquanto isso nas maos dos clientes hot rodders o corvette começava a ganhar fama a partir de 1956 a chevrolet passou a oferecer alem da nova carroceria os pacotes como o rpo 449 depois o lendario rpo 684 com freios a tambor refrigerados suspensao mais firme diferencial de deslizamento limitado e pneus mais largos corvettes preparados com esses kits começaram a dominar as categorias b production e a production do scca vencendo provas regionais e revelando pilotos como dick thompson que se tornou o primeiro grande vencedor com o corvette nas pistas acima uma instituiçao americana o que antes era um carro de vitrine agora era enfim um esportivo validado nas pistas e a cultura americana começava a perceber isso — nao so nas ruas e pistas mas tambem fora delas o corvette se tornou o carro do rebelde do jovem bem sucedido da estrela de tv em 1960 a serie de tv route 66 levou dois personagens em um road trip pelos estados unidos… a bordo de um corvette conversivel era a combinaçao perfeita estrada juventude liberdade e oito cilindros a disposiçao do pe direito https //youtu be/slfsksvmwuc ate mesmo os astronautas das missoes espaciais acabariam aderindo ao corvette ao longo dos anos 1960 alan shepard — que foi o primeiro astronauta e o segundo humano a ir ao espaço — foi o primeiro deles depois outros sete astronautas do programa espacial americano teriam os seus corvette incluindo buzz aldrin e neil armstrong em 1961 o corvette ganhou nova traseira com as quatro lanternas circulares que virariam sua marca registrada no ano seguinte o motor v8 327 5 4 litros elevou ainda mais o nivel de desempenho chegando a 360 cv na versao com injeçao o corvette ja nao era apenas bonito — agora era rapido agil e temido mas o que estava por vir o colocaria de vez no mapa em 1963 o corvette renasceu mais uma vez com a segunda geraçao que ganhou o nome sting ray em referencia ao carro conceito stingray de 1959 que antecipou seu visual ele tinha carroceria fastback e vidro traseiro bipartido suspensao traseira independente e o motor v8 agora partia das 317 pol³ 5 4 litros — o carro parecia mesmo um conceito sobre rodas foi a consagraçao da visao de duntov e o ponto em que o corvette deixou de ser apenas um carro americano tentando imitar os europeus agora ele ditava suas proprias regras as geraçoes seguintes consolidaram esse papel c3 c4 c5… cada uma teve altos e baixos mas todas carregaram o mesmo dna motor dianteiro traçao traseira dois lugares carroceria de fibra de vidro desempenho de esportivo e preço acessivel ao comprador comum a partir da geraçao c6 o corvette começou a mirar os supercarros europeus sem pedir licença com o c7 z06 e o c7 zr1 entrava na faixa dos 600 e 700 cv com tecnologia de pista e tempos de volta dignos de ferrari e porsche — mas ainda custando uma fraçao destes europeus e entao veio o c8 quando o corvette de motor central traseiro foi revelado em 2019 houve espanto polemica ate revolta era a ruptura mais radical desde 1953 mas tambem era inevitavel o c8 nasceu como um supercarro de verdade com motor central cambio de dupla embreagem e capacidade de brigar com lamborghini e mclaren por metade do preço o que começou como um exercicio de estilo virou sete decadas depois um tapa na cara da elite automotiva mundial pronto para colocar o supercarro ao alcance do homem comum — tal como a primeira geraçao colocou os esportivos na garagem da classe trabalhadora o corvette sobreviveu ao tempo a critica aos erros da propria gm e um dos poucos carros que atravessou geraçoes sem perder o nome nem a essencia nasceu quase por acaso quase morreu duas vezes e hoje representa o que ha de mais puro no conceito de carro esportivo americano velocidade emoçao estilo — e uma dose generosa de rebeldia porque no fim das contas o corvette nunca foi so um carro ele e uma instituiçao americana em todos os aspectos Foi a segunda vez em que ele era o cara certo na hora certa e no lugar certo: na exposição ele conheceu o protótipo do Corvette e o achou incrível, mas acabou decepcionado ao descobrir que sob aquela bela carroceria de plástico havia um antiquado seis-em-linha pesado e pouco potente. Mas o que estava por vir o colocaria de vez no mapa: em 1963 o Corvette renasceu mais uma vez com a segunda geração, que ganhou o nome Sting Ray, em referência ao carro conceito Stingray de 1959, que antecipou seu visual.
Author: Leonardo Contesini
Published at: 2025-07-07 20:51:15
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