Apesar da recuperação financeira dos planos e o crescimento do número de usuários, a ANS hoje está soterrada pelo enorme número de processos, enquanto o mercado — oligopolizado, com preços altos e qualidade duvidosa — esgotou sua capacidade de expansão dentro do que prevê a lei. Sob a retórica de “democratizar o acesso”, o plano popular pode se tornar um mecanismo para transferir custos ao SUS e para subtrair a qualidade da atenção à saúde dos consumidores, enquanto as operadoras ampliam lucros: as operadoras registraram, no primeiro trimestre deste ano, lucro líquido de R$ 6,9 bilhões, mais que dobrando o valor de R$ 3,1 bilhões apurado no mesmo período em 2024. E, finalmente, atendendo apenas 25% da população, como pode um setor que faturou R$ 315 bilhões em 2024 — mas acumulou 370 mil reclamações pelo desajuste entre preço e qualidade do serviço (tratamento oncológico é um dos “campeões” do ressarcimento) — resolver o gargalo de acesso do SUS, que atende o conjunto da população, com um produto mais barato e simplificado?
Author: Redação
Published at: 2025-06-18 15:37:14
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